Os maus tratos geralmente são:
agressões verbais, físicas e psicológicas e muitas crianças abandonam a escola
por medo dessas agressões, quando não tiram suas vidas.
Esse é, sem dúvida, um problema que
causa grande receio aos pais brasileiros no Japão, ao colocar seus filhos nas
escolas. Por isso, nesta edição, vamos trazer informações sobre quem geralmente
são as vítimas de “ijime” e como ajuda-las a sair deste perfil.
O perfil das vítimas de “ijime”
e como ajudá-las
– São alunos que possuem certa “fragilidade” psicológica, física
ou social
Os estrangeiros ou mestiços podem, à primeira vista, serem
reconhecidos ou se mostrarem alguém com certa “fragilidade” por terem suas
caraterísticas físicas e comportamentais diferentes.
Certas crianças podem ficar inseguras e se sentirem “frágeis” ou
“amedrontadas” por estarem num ambiente diferente, cujo idioma ou padrão de
comportamento não domina.
Num país onde “prego que se destaca é martelado”, segundo o
ditado popular japonês, estes alunos são “presas” fáceis para outros alunos que
sentem prazer em diminuir e violentar os outros para se sentirem mais fortes,
poderosos e ganharem certo “status” no grupo.
Por isso, é importante que os pais deem estrutura psicológica
aos seus filhos, a ponto deles se respeitarem como um aprendiz, diminuindo as
culpas pelas dificuldades e os medos, fortalecendo-os emocionalmente.
– São alunos que possuem situação socioeconômica desfavorável e
se envergonham disso
A comparação entre as condições sociais e econômicas entre os
alunos e a profissão dos pais pode iniciar um processo de intimidação.
Ensine os filhos a valorizarem o que tem e o que são, com as
condições que a família possuem. Assim, não se sentirão rebaixados ou
diminuídos com alguma piada, fragilizando-se perante alguém.
– São alunos que não delatam os maus tratos
A perpetuação do “ijime” ocorre quando o aluno não conta sobre
seu sofrimento. Dialogue sempre com os filhos, dando abertura e oportunidade
para que eles contem como estão se sentindo na escola, com os colegas e
professores.
– São alunos que se sentem culpados e envergonhados pelas
dificuldades ou deficiências
O sentimento de culpa e vergonha deixa o aluno fragilizado, com
dificuldades em se defender e sensação de incômodo frente as piadas ou frases
que o diminuem enquanto pessoa.
Motive os filhos, dê suporte extra para aprendizagem do idioma
ou de outras disciplinas escolares e não os pressione para uma rápida
adaptação. Ajude-os a não ter vergonha de ser diferente. Utilize livros ou
filmes para abordar a importância das diferenças, se for preciso.
– São alunos que tem baixa autoestima
Com baixa autoestima o aluno não acredita no seu potencial de
desenvolvimento, adaptação e superação de conflitos. Não suporta ser excluído e
torna-se uma vítima fácil do “bullying”.
Estejam atentos aos filhos, dando carinho, atenção, elogiando-os
em todo progresso. Ajudem-os a amarem e a respeitarem a si mesmos.
– São alunos que não acreditam nas autoridades escolares para
coibir os maus tratos.
Por não acreditar, não contam e acabam por continuarem sendo
vítimas do “ijime”.
Sejam presentes na escola, dialoguem com os professores,
investiguem os relacionamentos dos filhos e conversem com eles, dando sempre
espaço para o diálogo. Aja sempre que necessário.
Fiquem perto e sejam presentes na vida dos filhos! Apesar de
assustar, é possível superar os desafios do “ijime” que é um mal mundial hoje a
ser combatido.
Um abraço fraterno!
(Texto publicado na Revista Super Vitrine, edição de MAI/2017)

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