terça-feira, 31 de julho de 2018

BRASILEIRINHOS FORA DA ESCOLA NO JAPÃO: QUAIS ALTERNATIVAS ELES TÊM?


No Japão há muitas famílias brasileiras que ainda optam por não colocar os filhos na escola. E isso ocorre de modo legalizado perante a lei japonesa, porque não há obrigatoriedade no país, de frequência de crianças estrangeiras na escola.
Os motivos para a não frequência escolar são vários: medo da escola japonesa, discordância com seu método, inexistência de escola brasileira ou alternativa na cidade, falta de vontade e interesse de jovens, achar que vai ficar pouco tempo no país (não valendo à pena o esforço), desistência diante às dificuldades ou medo de enfrentar o impacto cultural.
Outro motivo, menos frequente, mas relevante, é a opção por ensinar em casa com outras alternativas. Ou seja, não é bem deixar a criança fora da escola, sem atividade sistemática, mas proporcionar a escola dentro de casa.
É sobre esta alternativa – de trazer a escola para dentro de casa – que vamos abordar nesta edição, na tentativa de trazer aos pais que não colocam seus filhos nas escolas no Japão uma luz para ajuda-los.
CRIANÇA PRECISA DE EDUCAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO
Independentemente do tempo que se permanecerá no país ou das dificuldades de encontrar uma escola ideal para o filho, é direito da criança um espaço de aprendizagem e sociabilização. Toda criança precisa e necessita disso para se desenvolver de forma plena.
Mesmo não falando fluentemente o idioma japonês, as crianças são capazes de brincar e se relacionar, primeiro, por meio de sinais, gestos e mímicas, depois com palavras. É no lúdico e na relação com os outros que a aprendizagem do idioma e da cultura acontecem rápida a naturalmente. Portanto, acreditem e se acalmem. É possível viver intra culturas.
ATIVIDADES EDUCATIVAS E DE SOCIALIZAÇÃO ALTERNATIVAS:
Se não quiserem começar com a escola tradicional, matriculem as crianças em aulas de esportes, música ou artes, 2 vezes por semana, por exemplo.
Frequentem parques diariamente com as crianças. Deixem-nas explorar o ambiente, conectarem com outras crianças, tentarem se relacionar. Elas estarão aprendendo, se desenvolvendo, se divertindo e se socializando ao mesmo tempo.
  “HOMESCHOOLING” OU EDUCAÇÃO DOMÉSTICA
O “Homeschooling” (Educação Domiciliar) é um método de ensino que funciona e é legalizado em diversos países (como Estados Unidos, França, Reino Unido, Irlanda e Austrália). Ele oferece aos pais a possibilidade de educar seus filhos em casa, sem a necessidade de matriculá-los em uma escola de ensino regular.
A proposta é dar aos filhos um ambiente de aprendizagem diferente aos que são apresentados na escola, mas garantindo os conteúdos.
No caso, ao menos um dos pais assume a responsabilidade dos estímulos educativos, organizando uma ROTINA de estudos, pesquisas e interações. As VIVÊNCIAS EDUCATIVAS são em diferentes lugares: casa, museus, bibliotecas, centros educacionais, clubes, academias, viagens. Utiliza-se diversos MATERIAIS, escolhidos a critério da família, de acordo com os temas que são explorados e decididos juntos com as crianças.
Quando preciso, contrata-se professores particulares ou oficinas educativas separadas, como aulas de música, esporte, idiomas em escolas específicas para complementar a aprendizagem.
Pesquisas tem comprovado que o método garante um desenvolvimento fantástico nas crianças. E muitas delas, atualmente, vem demonstrando a qualidade do ensino e aprendizado que receberam quando criança em casa, nos vestibulares e nos empregos que vêm conquistando.
Mas é preciso que os pais invistam em conhecimento, se preparem para isso e tenham tempo para se dedicar.
Quanto mais velha é a criança, mais difícil é o domínio dos conteúdos a se ensinar pelos pais. Então, esta pode ser uma opção para pais de crianças pequenas (até 5 anos, por exemplo).
Uma possível rotina educativa para a educação infantil, dentro do “Homeschooling” seria: proporcionar vivencias com leituras de livros, músicas infantis, atividades de desenvolvimento motor e letramento, natureza, atividades esportivas e artísticas, idiomas, divididas nos dias da semana. Muitos materiais para esta faixa etária são disponíveis gratuitamente na internet. As prefeituras também costumam ter centro de estrangeiros, onde aulas de idiomas e cultura japonesa para criança são oferecidas.
Mas, lembrando, que o familiar educador precisa se capacitar para isso. Caso ele não seja capacitado, o ideal sempre será colocar a criança na escola infantil formal.
ESCOLA BRASILEIRA À DISTÂNCIA
Uma opção mais fácil para quem não se sente à vontade em preparar atividades educativas é contratar o material da Escola Brasileira à Distância da Escola Anglo Americano.
Através do CIER – Centro Internacional de Estudos Regulares a Distância, a escola oferece atividades escolares (Educação Infantil ao Ensino Médio) para crianças que estão fora do Brasil ou vivem em locais onde não têm acesso à escola brasileira.
Algumas famílias brasileiras no Japão ajudam os filhos a estudarem em casa, na realização das lições propostas pela equipe de professores online, de acordo com a sua série escolar. As apostilas vêm pelo correio e provas são feitas periodicamente para avaliar o desempenho do aluno.
No final de um ciclo ele recebe o certificado pelo MEC do ano escolar brasileiro. Quando retorna ao Brasil, não há qualquer problema burocrático no ingresso escolar.
Já para compensar o lado motor e de relacionamento, as crianças são matriculadas em escolas de esportes e outras oficinas do interesse, como desenho ou música para contribuir nos aspectos que o estudo em casa falha.
Algumas famílias usam este método (com ajuda das mães ou de um brasileiro contratado) e dizem que o desafio é ajudar os filhos a falarem japonês, pois como estudam só em português, tem pouca oportunidade para treinar o idioma, caso façam poucas atividades extras no país. Então, é preciso ficar atentos no aprendizado do idioma e na garantia das atividades sociais.
O preço deste curso também não é muito atraente, mas é uma possibilidade para quem precisa e não tem alternativa melhor.
CONCLUINDO
·        Não são todas as crianças brasileiras no Japão que estão fora da escola simplesmente ao relento. Algumas estão realmente tentando alguma outra alternativa;
·        Estas podem ser algumas opções para famílias que, seja lá qual for o motivo, não conseguem inserir os filhos numa escola japonesa e não tem outra alternativa;
·        Também podem servir de inspiração para que os pais aprimorem suas capacidades educadoras;
·        E, de forma alguma, estas experiências devem estimular os pais a tirarem seus filhos da escola se já estão adaptados, especialmente se a família já sabe que viverá por aqui por longo tempo;
Você conhece alguma criança fora da escola no Japão? O que será que elas têm feito? Estão estudando em casa, ou “abandonadas ao léu”?
Há caminhos para elas! Inspire uma família, compartilhando alternativas!
 (Texto publicado na Revista Super Vitrine, edição JUL/2017)

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