quinta-feira, 21 de maio de 2015

Como se tornar um especialista em seu filho?

Os pais devem acompanhar a vida escolar dos filhos e serem sensíveis para observá-los, monitorá-los e tomar as melhores estratégias possíveis para prevenir fracasso e dificuldades de adaptação. Mas muitos não sabem COMO fazer esse monitoramento. Então, alguns pesquisadores levantaram algumas estratégias de apoio aos pais. As dicas de hoje são do livro “Learning Disabilities: A to Z – a complete guide to Learning Disabilities from preschool to adulthood”.
Neste estudo, os autores apontam 7 perguntas investigativas para que pais possam se tornar especialista em seu filho e ajudá-los a ter sucesso escolar. As respostas vêm de várias fontes: da avaliação das dificuldades de aprendizagem, dos professores das crianças, da própria criança e da observação direta dos pais.
Vejam quais são as perguntas que os pais devem se fazer constantemente e como podem investigar as respostas:
 
1) Precisamos lidar com problemas físicos ou de saúde com nosso filho?
 
Reconheça problemas de fadiga, visão, audição, fala, compreensão, transtornos convulsivos, resfriados frequentes, se comem mal, dormem pouco, entre outros. Estes fatores podem alterar ou somar com outras dificuldades em aprender.
Cheque os efeitos colaterais de medicamentos utilizados.
Busque serviços terapêuticos.
 
2) Qual é o potencial geral de aprendizagem do meu filho?
 
Saiba que tipos de tarefas são fáceis, médias ou difíceis para o seu filho, bem como o desempenho escolar em cada disciplina. Quanto mais entendê-las mais precisamente poderá prever que tipos de atividades e tarefas serão difíceis, como ajudá-los (em casa, com ajuda da escola ou de parceiros externos) e quais os ajudará a conduzi-lo para o sucesso.
 
3) Exatamente, onde estão as áreas problemáticas?
 
Utilize a intuição de pais, desenvolvidas ao longo do tempo de convivência com os filhos. Você deve conhecer em que momento ele presta mais a atenção, como reage a críticas e frustrações, como ele se comporta em grupo, que tipo de contexto ele parece mais feliz e relaxado. Estas respostas podem fornecer mais dados sobre o que tem paralisado ou prejudicado o processo de aprendizagem da criança.
Pergunte aos filhos o motivo da dificuldade. Muitas vezes a resposta é lúcida.
O ideal é que uma avaliação de déficits de aprendizagem explore as áreas de dificuldade em alguns detalhes. A avaliação deveria ser completa, realizada até externamente, caso a escola não consiga fazer.
 
4) Quais são os pontos fortes de meu filho?
 
Toda criança tem áreas de relativa capacidade que não podem ser ignorados ou desvalorizados por causa de uma habilidade que supostamente é importante para a vida acadêmica.
Os pontos fortes são importantes para compensar as áreas fracas.
Com menos estresse, pressão e com autoestima elevada a criança pode compensar a área fraca com outra habilidade de apoio. (Por exemplo: a pessoa escreve mal, mas fala bem. Pode então, começar uma redação ditando para alguém escrever, ou gravando num gravador).
O envolvimento em esportes e artes salva a humanidade de qualquer um! Capacidades de expressão, comunicação, raciocínio, libertação de emoções podem ajudar a criança.
 
5) De que tipo de apoio meu filho precisa?
 
Investigue como as conquistas do seu filho nas disciplinas se comparam aos alunos da mesma série. Quais habilidades específicas dentro de uma área ampla são realmente problemas? Qual é o programa especial de aprendizagem que a escola e o professor tem desenvolvido com o seu filho (se é que estão desenvolvendo algo especifico para ele)? Qual é o estilo de aprendizagem pessoal do seu filho e qual método escolar que colabora para este estilo?
 
6) De que tipo de apoio social meu filho precisa?
 
Várias dificuldades de aprendizagem podem interferir no sucesso social, como: problemas com a comunicação verbal, dificuldades para interpretar expressões faciais ou corporais, dificuldades para entender as regras dos jogos, comportamentos impulsivos e inapropriados.
Crianças com problemas de aprendizagem podem ter problemas para iniciar e manter relacionamentos sociais (e vice-versa). A rejeição social pode ter um impacto ainda maior do que o fracasso escolar.
A confiança social afeta o sucesso na escola. Crianças com boas habilidades interpessoais (expressivas, agradáveis) se relacionam positivamente com as outras crianças e adultos, obtendo mais ajuda, aprovação e encorajamento.
Crianças com dificuldades sociais precisam de ajuda para aprender estas habilidades de forma mais direta (como iniciar uma conversa, responder adequadamente aos outros, expressar sentimentos, atenção a aparência pessoal, postura e higiene).
Fazer um esforço para entender o temperamento e os padrões de comportamento do seu filho pode ajudá-lo a organizar eventos sociais que mostrem o melhor da personalidade dela.
Crianças com 9 anos que não conseguem estabelecer conexões significativas tem risco aumentado de apresentar problemas emocionais ou comportamentais. Isolamento social é um sinal de alerta.
 
7) De que tipo de apoio emocional meu filho precisa?
 
Incentivo adicional e compreensão de suas famílias para manterem sua coragem e auto-estima.
Conselheiros/ orientadores profissionais se houver tendências destrutivas.
Estabelecer expectativas reais, não ser superprotetor (ajudar exageradamente), não sentir-se frustrado, culpado ou ansioso como pai.
Para a maioria das crianças a autoestima depende de como elas se sentem com relação a pessoa que vêem refletida nos olhos de seus pais.
 
Queridos pais, não percam tempo, fiquem de olho! Vocês são essenciais na vida de seus filhos e muitas dificuldades podem ser evitadas com ajuda de vocês. Então, levante a antena, garanta sua “lupa” e investigue sempre!
 
Gambatte Kudasai!
 
 
Bibliografia:
SMITH, C. & STRICK, L. Learning Disabilities: A to Z – a complete guide to Learning Disabilities from preschool to adulthood. Preso Editora, Porto Alegre, RS, 2001.