domingo, 8 de março de 2015

Febre dos tablets, impaciência dos pais e um futuro destinado à sérios problemas afetivo-relacionais

Uma reportagem da Folha de São Paulo* recente chama atenção para os efeitos dos eletrônicos nas crianças, como a limitação do desenvolvimento das conexões neuronais e ainda sugere que crianças abaixo de 12 anos evitem-os. 
Durante a concentração nos joguinhos a "criança não pensa aberto, mas sim dentro de uma caixa", diz o entrevistado, educador.
Uma frase certeira para explicar o fenômeno que vem acontecendo hoje em dia: crianças de 3, 4, 5 anos ou mais paralisadas dentro de caixas eletrônicas. Não querem brincar, nem se relacionar. Não suportam a "falta do que fazer", tem dificuldades em criar e inventar brincadeiras, não querem encaram os desafios dos relacionamentos (tão difíceis mesmo nesta fase), nem fazer as suas "entediosas" obrigações. 
Quem nunca viu uma rodinha de crianças com menos de 7 anos concentradas em jogos, cada um com o seu tablet, por longo tempo? Cadê as brincadeiras, a correria, as bagunças?
Ao invés disso, um mundo cheio de estímulos e recompensas imediatas é oferecido nos jogos e nada mais neste mundo é importante. (Quiçá enfrentar a dura aventura de morar num país cuja cultura e língua é diferente!)
E pior. Os eletrônicos são oferecidos pelos pais. Cansados ou ansiosos por um "tempo de paz", a solução "ultra moderna" é oferecer um tablet. Em casa, num restaurante, ou em qualquer outro lugar.
Sim, o tema é polêmico. E também não estou dizendo que precisamos proibir os eletrônicos. Eles podem sim ser muito bem utilizados, mas para isso é preciso regras, combinados, firmeza (amorosa) e coerência (não tire o jogo do filho e pegue o IPhone para passar tempo).
Hora de desligar é hora de família estar junto, de criança brincar com os pais ou amigos, de vida em abundância acontecer.
Se isto não fala com você, talvez fale sobre a família vizinha e isso implica também num problema para você. Pois a dificuldade das outras crianças em brincar acarreta na falta de estímulo para o seu filho. Sem uma rede de amigos movidos a aventuras reais e com um super e lindo Tablet na mão, fica difícil manobrar o seu filho.
Experiência própria!
Espero que essa febre passe logo e nós pais nos controlemos. O que é genial e excitante para a gente, não necessariamente é o melhor para as crianças!

Gambatte Kudasai!

*Reportagem disponível no site: 
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2014/09/1515815-crianca-deve-evitar-eletronicos-ate-12-anos-de-idade-afirma-educador.shtml

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